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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Será o início?

No Diário Oficial da União de 30/12/2010 foi publicada a Portaria nº. 39 criando uma Comissão de Trabalho que irá propor a regulamentação das atividades das Guardas Municipais.

A Portaria é bem explicita e dá uma grande valorizada na função e no trabalho exercido pelas Guardas Municipais. A comissão é originalmente formada por representantes de vários setores do Governo Federal e Comandantes de várias Guardas Municipais entre eles o Comandante Joel Malta de Sá da nossa querida Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, além do Presidente do SindGuardas-SP Carlos Augusto Souza Silva.

A edição do Diário Oficial da União pode ser acessada pelos links abaixo (o primeiro complementa o segundo) e ler a Portaria em sua integra.
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=2&pagina=31&data=30/12/2010
http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=30/12/2010&jornal=2&pagina=32&totalArquivos=56

Será mais uma chance para podermos alcançar o nosso devido valor e sermos resguardados por lei federal, pois embora estejamos inseridos no parágrafo 8º do artigo 144 da Constituição Federal, até hoje não existe lei regulamentadora para nossa atividade e isto é um grande calcanhar de Aquiles, pois cada um vem e faz o que bem entende segundo a sua ótica de “Especialista em Segurança Pública”. A cada gestão e a cada “especialista” que assume, com uma visão diferente, mudamos o nosso rumo, quantos trabalhos foram interrompidos e muitos deles eram excelentes trabalhos.

Embora saiba que existe uma “morosidade natural” para a conclusão deste trabalho e creia que “forças do além” irão criar impedimentos para que este trabalho não avance e se avançar, seja de uma forma a beneficiá-las, peço ao Grande Criador que ilumine a mente dos envolvidos e possamos assim ter um lugar ao sol. De minha parte, não penso na infelicidade dos outros, quero apenas ser feliz, e uma lei que regulamenta suas atividades, que diz o que você pode e não pode é muito melhor que ficar a mercê dos “Doutos do Direito” que divagam por “n” vertentes tentando, cada um dar razão a sua tese, pois de concreto nada existe.

Não ter que ouvir o “que pode” ou o “que não pode” fazer de “Doutores da Lei”, cada um avaliando conforme seu pensamento ou situação de momento, isto sim, será uma grande vitória e um grande estímulo para continuar esta caminhada.

Este passo poderá e com certeza irá abrir espaço para outros vários avanços, basta agora esperarmos e ter fé, no final, tudo irá dar certo.

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eu decido

Como alguns já devem ter se acostumado, costumo me expressar aqui através de metáforas, e hoje não será diferente!

Conta a estória (para alguns é história, já que acreditam que ocorreu) que no interior “das Minas Gerais”, numa cidadezinha com alguns costumes antigos, vivia um velhinho, que ninguém sabia ao certo qual sua idade, mas tinha fama de sábio, e todos vinham lhe pedir conselhos para os mais variados assuntos.

Assim como existe o velho, existe o novo. O novo representa o vigor, a disposição para derrubar barreiras que aos olhos de alguns são intransponíveis, o velho, bem o velho é a experiência, a sabedoria acumulada ao longo do tempo, o cuidado tomado antes de fazer algo, o pensar nas conseqüências de um ato impensado. Ambos se completam, se desafiam, convivem.

Na cidade também havia um grupo de jovens (lembra do novo?), e como dito antes, o jovem desafia a tudo e a todos, vai em frente, e alguns deles não se conformavam com aquela veneração dada ao velho senhor e resolveram que o iriam desafiar em praça pública, em momento oportuno, para assim, derrubar por terra de uma vez, a fama de grande conselheiro e sabedor de tudo.

Num final de semana movimentado, várias pessoas na Praça central da cidade, fazendo compras, passeando, e muitos aproveitando para tomar conselhos ao velho senhor, alguns até de paragens distantes, e os jovens decidiram “É agora que iremos desmascarar este velho...”.

Aproximaram-se e o líder deles, com as mãos para traz, começou o diálogo que logo viria a se tornar um desafio:

-Meu senhor, bom dia, quero aproveitar o ensejo e lhe fazer uma pergunta, já que possuis fama de sábio e a tudo tens resposta, gostaria de sua permissão para lhe fazer uma pergunta, e caso sane esta dúvida, juro que não o incomodarei, posso?

O velho senhor, acostumado com os desafios impostos pela vida, olhou aquele rapaz, no início de sua vida, e lembrou-se de sua juventude, por um único e breve momento, viu o filme de sua vida correr, sabia do espírito aventureiro e desafiador dos jovens, já fora um. Ele sabia que para aquele jovem, se tratava de uma questão de respeito entre os demais poder derrotá-lo em uma contenda. O velho senhor assentiu com passividade, não iria negar ao jovem esta oportunidade.

O jovem, sem tirar as mãos das costas, como se estivesse escondendo algo, iniciou o desafio:

- Meu senhor, trago aqui comigo, em minhas mãos, um pássaro. Pergunto-lhe, este pássaro está vivo ou está morto?

Evidente que aquela questão, independentemente da resposta, caso fosse da vontade do inquiridor, já estava respondida uma vez que, se o velho senhor respondesse que o pássaro estava vivo o rapaz o apertaria, matando-o e caso respondesse que estava morto, o rapaz abriria a mão deixando-o voar.

O velho senhor, que não se auto proclamava sábio, olhou bem nos olhos do jovem que o desafiara e respondeu calmamente:

- É você quem decide meu jovem, você decide se este pássaro deve viver ou não.

Diante da resposta, o jovem envergonhou-se de seu ato, e abriu suas mãos para que o pássaro reencontra-se a liberdade.

O que este texto tem a ver conosco? Não sei da maioria, mas comigo, tem tudo a ver.

Eu decidi que entraria na Guarda Civil Metropolitana, decidi que ficaria na GCM e não iria para a Polícia Militar. Decidi tudo o que ocorreu na minha vida, desde as coisas boas até as piores. Todas as experiências vividas por mim foram fruto de minha vontade.

Decidi ser diferente, decidi tentar dar o melhor para a minha corporação, luto a cada dia, mato um leão por dia, não desisto. O que seria de mim se o GRANDE CRIADOR tivesse desistido de mim a quase 10 (dez) anos atrás (tenho dezoito anos de corporação)? Procuro dar o meu máximo, mesmo alguns dizendo que não vale à pena. A minha inspiração é que o pouco ou muito que faço irá auxiliar a alguém na outra ponta da corda.

Que de alguma forma, mesmo numa fração ínfima, eu possa estar contribuindo com o crescimento da GCM, com o crescimento da Democracia, sim meu irmão, Democracia, haja vista que a GCM segue o conceito dos países democráticos de fato e direito, e mais ainda, com o crescimento do ser humano e o meu próprio crescimento. Fui eu que escolhi a GCM como minha vida, e com meus atos e atitudes decido o que ela será daqui a alguns anos.

Eu quero, peço a ELE que, mesmo que ninguém saiba mais eu saberei que eu fiz parte de uma grande corporação, de um modelo, que eu tenha orgulho de ver seus homens e veículos passarem a minha frente. Não quero olhar para trás e ver que não fiz nada, que não contribui com nada e devido a minha omissão, o local de onde fui oriundo foi extinto por ineficiência.

Então, eu decidi que irei lutar até o final. Não me importa se os outros, independente do cargo ou função façam ou não. Darei o meu melhor. Penso que se cada um tivesse essa conscientização, daqui a alguns anos, teríamos um lugar de destaque. Se exigirmos nossos direitos e cumprirmos nossos deveres, seremos os maiores e melhores, e poderemos andar na rua de cabeça erguida, com o orgulho estampado no peito e na face.

Que o GRANDE CRIADOR nos proteja hoje e sempre!

Publicado no Blog "Os Municipais" em 06 de novembro de 2010.

Minha Maioridade

Parece que foi ontem, mas no próximo 31 de julho completo 18 anos de serviço prestados á municipalidade, e me orgulho em exaltar que foram 18 anos bem trabalhados sem falsa modéstia, construí meu nome nesta instituição e contribui para que ela seja o que é hoje.

Prestes a adquirir a maioridade, e acompanhando a maioridade adquirida da nossa corporação, acompanho a evolução do tempo e das pessoas que passam a fazer parte dela.

Lembro que ao ingressar, me achava diferente dos “antigões” e tinha uma certa inveja deles, pois eles eram os “linhas de frente” os “polícias pra c...” e tinha uma grande vontade de fazer parte daquele seleto grupo de homens e mulheres que faziam a diferença e espalhavam o nome e a moral da GCM onde iam.

Era muito raro as coisas darem erradas para eles, parece que tinham olho clínico para as coisas, sabiam onde se metiam e mesmo que algo saísse um pouco fora do “script” eles sabiam “arredondar” para que elas voltassem aos eixos, ou seja, a seu domínio.

É lógico que a época era outra, outra forma de pensar dos ingressantes, outros chefes, outra legislação, outra filosofia ... sinto saudades de algumas coisas, daquele afã de produzir algo, a disputa sadia em busca de ocorrências, e éramos estimulados por nossos comandantes a produzir, ganhávamos respeito, e quanto maior fosse o respeito conquistado, melhor era sua ocupação...uma questão de reconhecimento, você sabia desenvolver o serviço logo iria para o lugar onde tinha serviço, onde precisava de pessoas com desenvoltura, com garra, com amor, determinação, enaltecer ainda mais o nome da nossa pequena, mas grande GCM...
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Fiz parte da, para alguns, saudosa ROMU, não me adaptei, mas aprendi muito lá, fui para a IR-SÉ, muita política, e mesmo assim o pessoal trabalhava, vestia a camisa, mas acabei retornando a área sul, minha origem, minha escola, meu calvário, meu édem.

Lá eu fui forjado, e tal qual o aço, tive que resistir a diversas situações até ficar moldado ao que sou hoje. Reconheço, tive excelentes mestres na arte do policiamento e até os péssimos me deixaram alguma coisa.

Sinto falta dos que foram por diversos motivos e infelizmente não fazem parte de nossas fileiras, falo dos bons, dos que ajudaram a construir o nome e a moral desta corporação. Sinto falta dos que agora estão adormecidos, me lembro de alguns quando eles eram “linhas de frente” e hoje, a fera está enjaulada no interior, talvez aguardando o momento oportuno de despertar, análogo a Fênix mitológica...

Lembro que recentemente, conversando com um “recém chegado” (recruta), na companhia de mais um antigo, conversávamos sobre um colega, mais antigo que nós, como ele era e que agora, devido “ás forças do além”, ele está digamos “bem mais calmo”, o recém chegado não acreditava que aquele “antigão”, que só reclamava e fazia o estritamente necessário já havia sido por muitos anos um “linha de frente”, um “polícia pra c...” e que tinha muito a ensinar á grande maioria.

É com uma certa tristeza n’alma e no coração que sinto a nossa GCM perder sua identidade, os novos nem de longe lembram a nós na nossa assunção. A história mudou muito, e em muitos aspectos, para pior. Talvez eu seja um saudosista, talvez este “velho lobo das estepes” não tenha se adaptado aos novos tempos.

Mas no próximo dia 31 de Julho eu juro que comemorarei, em silêncio, na solidão de meu coração e minha alma, comemorarei a maioridade e por ter conseguido chegar tão longe... se penso em chegar mais longe? Não sei, tudo vai depender de “n” fatores, mas uma coisa é certa, somos seres vivos e racionais e sempre buscamos a nosso modo, a evolução.

Quero deixar aqui, o meu mais sincero agradecimento a todos aqueles, que de alguma forma ajudaram a forjar o aço do meu ser e até hoje me ajudam. Nenhum ser é uma estrela solitária, temos momentos de solidão em nosso íntimo, mas vivemos em sociedade no exterior. Meu mais puro e sincero agradecimento.

Que o Grande CRIADOR nos ilumine sempre e permita nos superar e com isso, possamos superar todas as dificuldades que surgirem em nosso caminho e, quando chegarmos ao fim de nossa caminhada, possamos olhar para trás e vermos que o nosso legado valeu a pena, não foi em vão e a nossa corporação, a qual dedicamos grande parte de nossas vidas, cresceu e se firmou, sendo independente.

Possamos nos orgulhar de ter colocado um pequeno tijolo na grande edificação.

Que ELE esteja sempre conosco em nossos corações.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 31 de julho de 2010.

Reflexão

A vida não é fácil, venhamos e convenhamos...

Quando criança, temos a doce ilusão de crescermos, nos tornarmos Doutores, Bombeiros, Jogadores famosos de Futebol e tantas outras profissões que a mídia e nossos sonhos nos fazem crer como ideais;

Crescemos, nos tornamos adolescentes, a era da revolta, revolução mental, hábitos esdrúxulos, vontade de mudar o mundo, a política, o “sistema” (esse maldito está em todos os lugares sob várias facetas, tudo é culpa do “sistema”, algo abstrato mas tão presente que as vezes chego a pensar que é a personificação do Diabo, Demo, Lúcifer, Coisa Ruim e tantos outros codinomes, porque não mais um, Sistema)...as regras que temos que seguir, e se quisermos ser grandes, ou trabalhamos muito, ou ganhamos em uma destas tantas loterias que o governo cria para angariar fundos para “obras sociais” (afinal, manter um político abastado e nós cada vez mais pobres é uma obra social), não conseguimos ser o que sonhamos quando crianças, não nos tornamos jogadores famosos e ricos, nem um Bill Gates ou Steve Jobs, muito menos um mega empresário, nem um soldado das forças especiais a lá Rambo...;

A vida parece que molda nosso futuro e presente, apesar de todas as Religiões e Crenças alardearem que o maior presente de DEUS para nós é o “livre arbítrio”, às vezes tenho a sensação que algumas coisas já vêm prontas, como nossas tendências (dons e defeitos), e nem sempre o mais inteligente é o mais esperto, alias, quase nunca...

Vem a fase adulta, alguns demoram mais que outros, vemos adultos de dezoito anos planejando o futuro, se preparando para várias hipóteses de futuro, e alguns com quarenta anos ainda estão na adolescência, lutando contra tudo e todos, pregando a revolução ética, moral, cívica, econômica, alegando que o capitalismo é cruel e o comunismo de Karl Max é ideal...

Fomos engolidos pelo Sistema (esse cara de novo), somos mais um no grande universo de seis bilhões de pessoas, o que fazer?

Bem, um ser sem sonhos está morto, devemos sempre manter nossos sonhos vivos, e às vezes, rever nossos ideais, mas nunca desmotivar, nunca desistir, sempre manter viva a chama da esperança, reza a lenda que este é o único sentimento que o CRIADOR não tem, a esperança, pois ELE conhece o passado, o presente e o futuro portanto, não precisa esperar nada, ELE sabe tudo, e mesmo que não nos tornemos sucessos da mídia, das finanças, um herói nacional ou internacional, sempre seremos importantes, toda a sociedade precisa de nós, precisamos do gari, do lixeiro, do padeiro, do cozinheiro e de todas as outras profissões que não são as mais famosas ou rentáveis.

Bonito isto...fácil e atraente de ler, nos dá até mesmo uma vontade de deitar e voltar a sonhar como na infância e adolescência, parece que massageia o nosso ego e nos faz sentir menos impotentes ante as dificuldades que a vida nos impõe, mas para que serve? Qual o meu intento?
Infelizmente vejo vários colegas desmotivados, criticando a tudo e a todos pelas dificuldades impostas pela vida, vivem reclamando, se maldizendo e...para que?

Me parecem adolescentes revolucionários, contestando tudo, mas para contestar, temos que tomar ciência do que nos aflige, e percebo que vários colegas se colocaram no abismo, isto mesmo, se jogaram no abismo e se negam a sair de lá, preferem criticar a profundeza do abismo, a dificuldade que é escalá-lo, mas nada fazem, pelo contrario, alguns ainda cavam mais ainda, tornando o abismo mais fundo;

Todos nós nascemos sem dividas, as vezes o nosso nascimento gerou dívidas a nossos pais, nascemos sem filhos ou cônjuge e nascemos sem profissão, crescemos e adquirimos tudo isto, e sempre, não se pode negar, a vida nos deu opções dentro de nossas limitações, mas nos deu, escolhemos com quem casar, poderíamos escolher se queríamos ou não ter filhos, escolhemos se iríamos ou não estudar, e escolhemos a nossa profissão, sabíamos o que ela era e para que era, conseqüentemente, escolhemos quanto iríamos ganhar...estamos reclamando do quê? Da nossa incompetência para conosco? Porque até agora, tudo foi culpa nossa...

Quantos procuram melhorar, evoluir? Procuram estudar? Quantos procuram estar cientes de Leis e Decretos que moldam a nossa vida? Quantos têm uma caderneta de poupança ou gastam menos do que ganham? Quantos fazem outros concursos ou procuram outras profissões?

Quantos participam ativamente de alguma associação de bairro, entidade representativa de classe, partido político?

Pagar impostos para o governo não nos faz ter direitos e deveres sobre ele se não conhecermos os nossos deveres e direitos;

Pagar mensalidade para a entidade representativa de classe (comumente conhecida como “Sindicato”) não faz com que ele tenha que lutar por nós e ficarmos de braços cruzados;
O fato de votarmos e um representante político não quer dizer que ele irá agir em nossa causa, e não precisamos saber o que ele faz ou deixa de fazer;

O fato de termos um diploma de “nível superior” (acho muito esquisito este termo “nível superior”, prefiro “graduação”) não nos coloca á frente de outros, pois muito fazem uma faculdade e não aprendem nada;

O fato de professar uma religião não nos torna um ser melhor e nem irá nos livrar da responsabilidade de nossos atos e nem mesmo do inferno (apesar de não crer em inferno);
E tantas outras coisas que poderíamos fazer e não fazemos, temos a obrigação de fazer e nos omitimos;

Quantos são conformistas, preferimos ficar no fundo do abismo, não queremos escalar, não jogamos a corda para sair de lá...esperamos a GRANDE FENIX, com suas asas enormes e mitológicas para nos tirar de lá...

Grandes personagens da história se fizeram através de luta, dedicação, sacrifício... se vivemos no ostracismo é porque queremos isto.

Quantos ouço dizerem “faço apenas o necessário, nada mais e, se puder, não faço nada” ou ainda “já trabalhei demais, deixo para os outros agora”...na minha opinião, ignorância, falta de amor próprio, falta de orgulho, individualismo puro, falta de preocupação com o próximo e consigo mesmo;

Se nossa corporação está da forma que está, muito se deve a nós mesmos, não adianta culparmos chefes, comandante, secretário e prefeito, somos o resultado de nós mesmos, se fossemos melhor, estaríamos em condição bem melhor.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 17 de abril de 2010.

A falência do ensino público nacional.

Ao final da Segunda Grande Guerra Mundial o mundo foi dividido em vários blocos. O bloco dos ricos e o dos pobres, o bloco dos vencedores e o dos vencidos, o bloco capitalista e o socialista e não devemos esquecer o bloco do 3º mundo, que hoje chamam de “Países Emergentes” ao qual fazemos parte, e que em quase sua totalidade é composto por países do hemisfério sul.

Um país pode fazer parte de vários blocos, os E.U.A., por exemplo, faz parte dos vencedores, é rico e capitalista.

Nós brasileiros, que antes éramos do 3º mundo e agora emergentes (muda-se a terminologia, mas a essência é a mesma), sem expressão, sem amor próprio, sem história, sem perspectiva de futuro e sem opção do presente só participamos da Segunda Grande Guerra (e não vejo nenhum mérito nisso) porque, reza a lenda, teve algumas embarcações afundadas por países pertencentes ao “eixo” (Alemanha, Itália e Japão). Mas nas minhas divagações, fico tentando imaginar o que armas de guerras alemãs estavam fazendo em águas pacíficas, a milhares de quilômetros do conflito e, pior ainda, o que ganhariam afundando embarcações que até então, pertenciam a uma nação neutra no conflito?

Mas quem poderá contestar a história? E como “fala” o colega mantenedor deste “blog” “a história é contada sob a versão dos vencedores”.

Talvez devido a esta inércia que vivemos a submissão sempre imposta e aceita, aos acordos realizados visando sempre à pacificação, lembremo-nos do “Tratado de Tordesilhas” onde a coroa Portuguesa veio apenas tomar ciência do quanto possuía, logo a história do descobrimento é uma farsa, do fim do Brasil Colônia e o início do Brasil Império, onde a ex-colônia (nós) assumimos uma dívida de Portugal com a Inglaterra e ficamos com um Imperador Português de brinde, do fim da escravidão devido pressão da Inglaterra que queria mais mercado consumidor para seus produtos industrializados, o fim do Brasil Império e o início do Brasil República onde mais uma vez assumimos a divida de Portugal com a Inglaterra, a Consolidação das Leis do Trabalho (C.L.T.) pois o país vivia um clima tenso e isto serviu para acalmar os ânimos.

Esses fatos e muitos outros que existem e não cabe comentar, pois não sou historiador e sim um grande curioso adepto da máxima “conheces a verdade e ela o libertará” nos tornaram uma nação subserviente e de índole medíocre sempre esperando que alguém faça algo por nós e que o Poder Público de uma forma ou de outra, resolva todos os problemas, afinal, são nossos lideres, responsáveis pelo nosso bem estar.

O Japão, ao final da Segunda Grande Guerra estava destruído estruturalmente, mas o amor do povo a seu país continuava forte, o Imperador Hiroito iniciou um processo de reconstrução, precisava de pessoas capacitadas nas mais diversas áreas e por ser um país geograficamente pequeno e grande parte de seu território ser ocupado por montanhas e vulcões, e o clima ser frio, não poderia investir em agropecuária ou agricultura, precisava reconstruir a nação, investir em tecnologia e hoje vemos o resultado de um trabalho árduo, uma das maiores potências do mundo, referência mundial em tecnologia, economia, educação e etc.

Bem, depois de tanta falácia, onde quero chegar? Vejamos...em conversa com um conhecido, ele me disse que no Japão, se um aluno fosse surpreendido atrapalhando as aulas era castigado. Perguntei qual era o castigo imposto ao qual me respondeu não saber, pois ninguém falava em aula. Um jovem não conseguir uma vaga na universidade é motivo de vergonha para a família.

Guardadas as diferenças culturais, o que vemos é um povo consciente e líderes conscientes, com valores éticos fortalecidos.

Voltemos ao nosso mundo. Educação nunca foi o carro chefe desta grande nação, perdoem-me, mas quando “digo” grande é na questão territorial, e até pouco tempo atrás, faculdade era apenas para a elite.

Era?

Será mesmo?

Vejamos assim...o ensino público é falido, com raríssimas exceções, o sistema de ensino é patético. O Governo para iludir, alegando inclusão social, cria um sem número de cotas, alunos não reprovam no primário, inventa uma prova (ENEM) que pode valer “pontos” ou “meios” para freqüentar instituições de ensino que visam apenas o lucro, portanto não reprovam e não fazem questão que se aprenda. A qualidade dos profissionais é duvidosa, para não dizer lamentável, e conheço muitos que possuem o tão falado “nível superior”, mas na prática são analfabetos funcionais.

As instituições de ensino sérias, de todos os níveis, ainda pertencem à elite. A grande maioria de profissionais de nome e renome vieram destas instituições e pertencem a nata social. Por nata social entendem-se os 2% da população que detêm 70%da economia.

Agora a triste constatação, o negócio está tão descambado, que já temos cursos superiores à distância, supletivo do segundo grau em menos de seis meses (como que se reduz uma carga de ensino de três anos em seis meses? que mágica é essa?), cursos “superiores” de dois anos (com duas horas e meia de aula por dia), e já estão avacalhando até a especialização. Daqui a alguns anos, pelo andar da carruagem, não precisará nem dominar outra língua para mestrado.

Outro dia, ouvi de um agente público que ele está fazendo parte de um curso de especialização ministrado pelo poder público, dividido em módulos, e que ao final disto, totalizará cerca de quarenta dias, poderá ser validado como uma “Pós Graduação”. Pergunto: Em que?

Nada contra a especialização, afinal é válido, quem dera que todos pudessem se aprimorar, conhecer mais e com isso tornar a sociedade em que vivemos bem melhor do que está. Mas sei de muitos exemplos que fizeram curso superior apenas para obter o diploma, porque a profissão exige para poder ocupar um determinado cargo e não possuem quase nenhuma ou nenhuma afinidade com o que estudaram, prova disto foi um destes formado em “Gestão” não saber efetuar um cálculo de juros compostos. Na minha humilde opinião, é o mesmo que um Juiz de Direito não saber explicar o conceito de Jurisprudência.

A banalização do ensino, educação, cultura, ou seja lá a terminologia usada, se tornou um câncer incrustado de tal forma que necessitamos de uma reformulação completa no sistema senão, daqui a pouco, teremos cirurgiões formados pela internet.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 15 de março de 2010.