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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eu decido

Como alguns já devem ter se acostumado, costumo me expressar aqui através de metáforas, e hoje não será diferente!

Conta a estória (para alguns é história, já que acreditam que ocorreu) que no interior “das Minas Gerais”, numa cidadezinha com alguns costumes antigos, vivia um velhinho, que ninguém sabia ao certo qual sua idade, mas tinha fama de sábio, e todos vinham lhe pedir conselhos para os mais variados assuntos.

Assim como existe o velho, existe o novo. O novo representa o vigor, a disposição para derrubar barreiras que aos olhos de alguns são intransponíveis, o velho, bem o velho é a experiência, a sabedoria acumulada ao longo do tempo, o cuidado tomado antes de fazer algo, o pensar nas conseqüências de um ato impensado. Ambos se completam, se desafiam, convivem.

Na cidade também havia um grupo de jovens (lembra do novo?), e como dito antes, o jovem desafia a tudo e a todos, vai em frente, e alguns deles não se conformavam com aquela veneração dada ao velho senhor e resolveram que o iriam desafiar em praça pública, em momento oportuno, para assim, derrubar por terra de uma vez, a fama de grande conselheiro e sabedor de tudo.

Num final de semana movimentado, várias pessoas na Praça central da cidade, fazendo compras, passeando, e muitos aproveitando para tomar conselhos ao velho senhor, alguns até de paragens distantes, e os jovens decidiram “É agora que iremos desmascarar este velho...”.

Aproximaram-se e o líder deles, com as mãos para traz, começou o diálogo que logo viria a se tornar um desafio:

-Meu senhor, bom dia, quero aproveitar o ensejo e lhe fazer uma pergunta, já que possuis fama de sábio e a tudo tens resposta, gostaria de sua permissão para lhe fazer uma pergunta, e caso sane esta dúvida, juro que não o incomodarei, posso?

O velho senhor, acostumado com os desafios impostos pela vida, olhou aquele rapaz, no início de sua vida, e lembrou-se de sua juventude, por um único e breve momento, viu o filme de sua vida correr, sabia do espírito aventureiro e desafiador dos jovens, já fora um. Ele sabia que para aquele jovem, se tratava de uma questão de respeito entre os demais poder derrotá-lo em uma contenda. O velho senhor assentiu com passividade, não iria negar ao jovem esta oportunidade.

O jovem, sem tirar as mãos das costas, como se estivesse escondendo algo, iniciou o desafio:

- Meu senhor, trago aqui comigo, em minhas mãos, um pássaro. Pergunto-lhe, este pássaro está vivo ou está morto?

Evidente que aquela questão, independentemente da resposta, caso fosse da vontade do inquiridor, já estava respondida uma vez que, se o velho senhor respondesse que o pássaro estava vivo o rapaz o apertaria, matando-o e caso respondesse que estava morto, o rapaz abriria a mão deixando-o voar.

O velho senhor, que não se auto proclamava sábio, olhou bem nos olhos do jovem que o desafiara e respondeu calmamente:

- É você quem decide meu jovem, você decide se este pássaro deve viver ou não.

Diante da resposta, o jovem envergonhou-se de seu ato, e abriu suas mãos para que o pássaro reencontra-se a liberdade.

O que este texto tem a ver conosco? Não sei da maioria, mas comigo, tem tudo a ver.

Eu decidi que entraria na Guarda Civil Metropolitana, decidi que ficaria na GCM e não iria para a Polícia Militar. Decidi tudo o que ocorreu na minha vida, desde as coisas boas até as piores. Todas as experiências vividas por mim foram fruto de minha vontade.

Decidi ser diferente, decidi tentar dar o melhor para a minha corporação, luto a cada dia, mato um leão por dia, não desisto. O que seria de mim se o GRANDE CRIADOR tivesse desistido de mim a quase 10 (dez) anos atrás (tenho dezoito anos de corporação)? Procuro dar o meu máximo, mesmo alguns dizendo que não vale à pena. A minha inspiração é que o pouco ou muito que faço irá auxiliar a alguém na outra ponta da corda.

Que de alguma forma, mesmo numa fração ínfima, eu possa estar contribuindo com o crescimento da GCM, com o crescimento da Democracia, sim meu irmão, Democracia, haja vista que a GCM segue o conceito dos países democráticos de fato e direito, e mais ainda, com o crescimento do ser humano e o meu próprio crescimento. Fui eu que escolhi a GCM como minha vida, e com meus atos e atitudes decido o que ela será daqui a alguns anos.

Eu quero, peço a ELE que, mesmo que ninguém saiba mais eu saberei que eu fiz parte de uma grande corporação, de um modelo, que eu tenha orgulho de ver seus homens e veículos passarem a minha frente. Não quero olhar para trás e ver que não fiz nada, que não contribui com nada e devido a minha omissão, o local de onde fui oriundo foi extinto por ineficiência.

Então, eu decidi que irei lutar até o final. Não me importa se os outros, independente do cargo ou função façam ou não. Darei o meu melhor. Penso que se cada um tivesse essa conscientização, daqui a alguns anos, teríamos um lugar de destaque. Se exigirmos nossos direitos e cumprirmos nossos deveres, seremos os maiores e melhores, e poderemos andar na rua de cabeça erguida, com o orgulho estampado no peito e na face.

Que o GRANDE CRIADOR nos proteja hoje e sempre!

Publicado no Blog "Os Municipais" em 06 de novembro de 2010.